15 de out. de 2012

Estréia da nossa colunista

Hoje estréia aqui no blog Quitanda sem glúten, a coluna de comportamento e psicologia da Juliana Antunes.
Ela é psicologa e mãe, e vai nos ajudar a entender um pouco todos esses dilemas e questões de comportamento.
Vamos começar com um tema bastante complexo, bullying, o que é, como acontece, como reconhecer e como lidar com a situação.
Caso você tenha dúvidas, sugestões de temas ou algum comentário, envie um email para a Juliana, ela ficará muito feliz em ajudar.

Bullying



Vamos começar nossa conversa com um assunto que pode vir a incapacitar uma criança para o resto de sua vida, se não for diagnosticado de início e tratado com a importância que merece.
Pode estar na escola, no parque, no shopping, ou seja, em qualquer lugar - o BULLYING.
 E para ilustrar, vou contar uma história muito recente, que aconteceu em uma escola dita como tradicional, e intitulada como uma das melhores do município.
Bom, há 2 semanas a mãe de uma das crianças foi buscá-la na escola, e foi recebida por uma de suas amigas com a seguinte notícia: “Tia você não vai acreditar, a J. fez cocô na calça hoje”. 
Com todo impacto que a situação merece, a única coisa que a mãe conseguiu pensar na hora que escutou aquilo foi: “como foi que ela soube?”.
Como tinha que conversar com a professora sobre outro assunto, resolveu investigar a notícia.
Ao ser questionada sobre o ocorrido, obteve da professora, a seguinte estória (com “e” mesmo):
P.: “Olha “mãe”, nós estávamos no parque, e a J. pediu para fazer cocô. Mas a hora que fui levá-la, ela não quis ir mais”.
M: “Ok. E como foi que a amiga soube que ela havia feito o cocô na roupa?”
P.: “Bom, é que eu senti o cheiro na sala, e perguntei: amigos, quem fez cocô na calça?” E aí percebi que  J. se isolou na sala, fui checar e tinha sido ela”.
Até então, a mãe não tinha se encontrado com a criança, pois estava no esporte. E quando foi pegá-la, qual não foi sua surpresa: no lugar de sua filha, encontrou uma criança humilhada, triste, sem brilho no olhar e com vergonha. Aquela visão foi como uma punhalada em seu coração! Ela nunca tinha visto sua filha daquele jeito!!!!
E para piorar , quando perguntou a ela o que havia acontecido, sua resposta foi chorar! Chorou soluçando, como se estivesse sentindo uma dor muito profunda... E estava! Sentia dor na alma...
Mais tarde, a mãe soube que por estar sozinha com as crianças no parque, a professora não pôde levar sua filha ao banheiro e deixar os outros sozinhos. Daí o motivo de ter escrito estória com “e”: ela mentiu.

Conto tudo isso para chegar num objetivo comum: como se sentiria uma família que ouvisse em alto, e bom som de seu professor, que “nós não podemos comer esse bolo (por exemplo), porque o “fulano” é celíaco”. Ou que em uma escola, uma criança celíaca foi discriminada por sua alimentação ser diferenciada, a família levar toda documentação que explica o problema, exames, laudos médicos, e a escola simplesmente fechar as portas, se recusando a receber a criança e conhecer sobre o assunto.
As escolas precisam se atualizar e parar de recusar a existência das diferenças, e aceitar as crianças como realmente são. A escola deveria ser um lugar de acolhida, de brincadeira e de aquisição do conhecimento, e tudo isso fica exposto como uma ferida aberta simplesmente pelo fato de as instituições e seus representantes estarem despreparados para o que é “diferente”.
E a aos pais, cabe a responsabilidade de proteger seus filhos. Quanto mais informados forem, mais eficaz será a defesa a favor das crianças. Devem observar os filhos, e perceber o quanto antes seu sofrimento: 

  • Comportamento (mostram-se tristes, deprimidas ou aflitas), seu discurso (não querer ir a algum lugar, como à escola, por exemplo).
  • Corpo (machucados, enjoos frequentes,tonturas, perda de apetite, dores de estômago, insônia, medo excessivo, mudanças de humor, passam a gastar mais dinheiro que o habitual na cantina, ou para “presentear” alguém...)


Também tem que ter uma conversa franca com eles, passando-lhes segurança. E não devem hesitar em procurar ajuda de profissionais, para que as crianças possam superar traumas e transtornos de ordem psíquica (depressão, stress, dentre muitos outros que podem vir a surgir). 
Temos que lutar pelos direitos das crianças, pois isso lhes é garantido por lei. Mas aí surge mais um assunto a ser conversado, pois qual família vai querer seu filho numa escola que foi “obrigada” aceitá-lo? De repente, pode ser mais um problema que estarão levando para a vida dessa criança, que estará, mais uma vez fazendo parte de mais um conflito.



Para saber mais Cartilha: Bullying
Juliana Antunes Oliveira

Psicóloga formada pelo Centro Universitário Anhanguera de Santo André (Uni-A), Pós-graduanda em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Centro Universitário Fundação de Santo André.
contato: ju.oliv05@hotmail.com

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1 Comentários

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Parabéns Juliana! Excelente matéria! "Informação", é isto que precisa ser levado ao conhecimento de todos!

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