15 de mai. de 2013

Sofrer é normal!

Às vezes, quando contamos a alguém que fazemos ou já fizemos terapia, a maioria das pessoas se assustam, com se recorrer a ajuda de um profissional fosse o atestado de incompetência em resolver nossos dilemas.
Mas muito pelo contrário, o psicólogo vai nos ajudar a organizar nossos pensamentos, questionar nossas atitudes, remexer nas emoções que estão escondidas, mas que nos influenciam mesmo que inconscientemente.
É uma oportunidade de se descobrir, de perceber em que pontos podemos melhorar e quais são nossos potenciais.
E tudo isso tem um reflexo direto na nossa auto-estima e em como nos relacionamos com o mundo.
Nos últimos dias recebi alguns e-mails muito interessantes, que me fizeram refletir sobre a importância de conseguirmos reconhecer quando precisamos de ajuda.
Em quase todos os e-mails estavam presentes duas frases que me chamaram muita atenção:  "Sofro por não deixar meu filho(a) comer o que deseja." e "Posso permitir o consumo de glúten uma vez por semana?"
Eu não respondi as mensagens, e preferi escrever este post, pois acredito que outras pessoas estejam passando por situação semelhante neste momento.
Em geral, os e-mails descreviam o mesmo problema, mães tristes, preocupadas, frustadas e culpadas por verem seus filhos celíacos não conseguirem se manter em dieta sem glúten.
Crianças e adolescentes, entre 8 e 16 anos, que apesar das tentativas dos pais, continuam com os exames de controle alterados, porque tem vergonha de contar aos amigos sobre a restrição, ou de perguntar na cantina da escola sobre como é a preparação dos alimentos, e acabam comendo o que não podem.
Pais que ao verem os filhos sofrendo cedem o consumo do glúten, apesar de todos os alertas...
Tudo isso é um forte indicativo de que tanto os filhos como os pais têm dificuldade de aceitar a doença celíaca, e as mudanças que ela impõe na vida do celíaco. A dificuldade de perceber ( ou talvez a falta de informação), os problemas que podem acontecer a longo prazo se a dieta não for respeitada, mesmo que hoje não se tenha sintoma algum, é uma falha grave.
Sofrer junto com o filho é normal, faz parte do amadurecer de toda família, mas não pode ser justificativa para ignorarmos a responsabilidade de orientar e assegurar a saúde dos filhos.
Nestes casos, onde a aceitação da doença e da dieta torna-se um obstáculo para que a vida tenha uma rotina normal e saudável, eu acredito que a melhor solução seja buscar ajuda profissional.
E nessa jornada de descobertas de si mesmo, os filhos irão precisar não só do apoio da família, como também da participação, do exemplo. Lembra, a palavra convence, mas o exemplo arrasta.




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