1 de fev. de 2014

Como conviver com Elinor e Marianne?

O título é só uma brincadeira com os personagens do livro ( tem também o filme) Razão e sensibilidade, de Jane Austen.
Na estória, Elinor representa a razão, sempre rígida, contida, observadora e controlada. E sua irmã, Marianne é a sensibilidade, totalmente emocional, impulsiva, transparente e imatura.
Eu adoro! Mas as duas, em alguns momentos, irritam.
E ainda tem uma irmã mais nova, Margareth, que entendo como a fantasia. Afinal entre a lógica e os sentimentos, ainda existe aquilo que fantasiamos...
No livro, as coisas só começam a dar certo quando elas começam a encontrar um equilíbrio, mas sem perderem suas características.
Mas o que isso tem a ver com restrições alimentares?
Sabemos que só aprendemos aquilo que tem sentido e significado.
Para que uma criança aprenda, é preciso vivenciar, ver acontecer, é preciso envolvê-la no assunto.
Precisamos que a informação chegue até a criança de maneira lógica e clara, mas ao mesmo tempo, e necessário que ela tenha algum significado prático e afetivo, só assim essa informação se transformará em conhecimento.
O processo de explicar uma restrição à criança é esse. Ele não acontece em um único momento, numa conversa de 15 minutos. Vai muito além, o conhecimento sobre a restrição está no dia-a-dia, em situações corriqueiras, como preparar a lancheira ou fazer compras no mercado.  Não só o fazer, mas o como, com qual sentimento se realiza.
Embora a nossa sociedade cultue que ser feliz é  ser perfeito e sem limites. Olha aí, encontramos a fantasia!
A realidade é que todos somos imperfeitos e todos temos restrições, mas ainda assim podemos ser felizes.
E os pais precisam aprender isso, para que as crianças possam se desenvolver com tranquilidade.
Não adianta "saber" com a cabeça, mas não se sentir assim. Elinor e Marianne não podem viver em conflito.
Como eu já escrevi em outro texto, o exemplo arrasta. Só que o exemplo não pode ser mecânico, teatral. Ele tem que ser verdadeiro, sincero e natural.
Arraste seu filho pelo exemplo, mas cuidado para onde o leva.
Você não gosta do pão sem glúten que seu filho come? Que tal procurar junto com ele, outras receitas ou marcas de pães que agradem mais o paladar? Reclamar ou fingir não são boas soluções.
A decisão de toda família acompanhar a criança na sua dieta, deve ser uma decisão racional, porém pautada no que a sua sensibilidade lhe indica.
Somente equilibrando a razão e a sensibilidade poderemos ser pais melhores, e mais conscientes das reais necessidades dos nossos filhos.


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